Há uns tempos fui a uma sessão de debate sobre “revivalismos” e não liguei patavina. Disseram-se poucas coisas interessantes, e o mais perto que estive de assistir a um espírito revivalista foi quando se projectaram fotos do Porto nos anos 60 e 70. O revivalismo, para mim, é uma revisita do passado, um retorno com novos contornos, uma tentativa de reviver uma experiência, um ambiente, um modo de estar. Obviamente que não se falou de nada disso.
Na altura eu não tinha a consciência de que era, de certa forma, um revivalista. Isto porque gosto de revisitar tempos que não vivi. Música, cinema, arte em geral. Revisito os anos 80 na música e no cinema, mas não os vivi. Nasci a meio da década de 80 e às vezes acho que devia ter nascido em 74 ou 75. Revisito a época medieval nas feiras medievais de verão, e nas minhas visitas a monumentos, como tanta gente o faz. Revisito o Porto oitocentista nos meus passeios curiosos.
Revisitar é viver?